A importância do diagnóstico e intervenção precoce no TEA

O diagnóstico e intervenção precoce no Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem e devem ser realizados conjuntamente a partir da identificação dos primeiros sinais na criança.

Atualmente ainda nos deparamos com cenários distantes do ideal no que diz respeito ao diagnóstico e intervenção precoce no TEA. No Brasil, ainda que haja uma indicação formal para triagem entre 18 e 24 meses, a média de idade do diagnóstico está entre 4 e 5 anos, nos trazendo uma grande perda de janela temporal para ação.

Esses fatos são lamentáveis tendo em vista que a intervenção precoce está associada a ganhos significativos no funcionamento cognitivo e adaptativo das crianças, seja o diagnóstico final de TEA ou não. Para entender esse contexto e como é possível alcançar melhores realidades discutiremos sobre os conceitos de diagnóstico e intervenção precoce que tanto defendemos. Hoje, contamos com a presença ilustre de Dr. Espectrum que está pronto em nossa cabine de comando para nos explicar as maravilhas por trás de um período importante de nossas vidas em que nosso cérebro é altamente plástico e maleável. A partida foi dada, anote tudo e não perca nada!

O diagnóstico de TEA pode ser realizado antes do primeiro ano de vida ao perceber-se os primeiros sinais e sintomas, mas, isso não significa que devemos acelerar o processo e chegar a um diagnóstico precipitado, pelas consequências que pode trazer para a criança e a família. A avaliação é complexa e os profissionais precisam reunir o maior número de informações sobre a criança, principalmente sobre seu nível de desenvolvimento, características sensoriais, comunicativas, sociais, emocionais e físicas.

Sendo assim, o diagnóstico pode demorar um pouco para ser concluído, mas a intervenção precoce já deve ser iniciada! O importante é que os primeiros sinais possam ser identificados o quanto antes e a criança e a família iniciem um acompanhamento profissional.

O diagnóstico geralmente guia as intervenções, porém, a equipe profissional pode basear suas estratégias de intervenções nos sinais de atrasos no desenvolvimento que a criança apresenta. A intervenção precoce é definida como um programa de acompanhamento e estimulação realizada por equipe multiprofissional, ou seja, com profissionais de diferentes áreas, buscando minimizar atrasos no desenvolvimento e potencializar habilidades cognitivas, sociais e afetivas de crianças com sinais e sintomas de TEA ou qualquer transtorno do desenvolvimento.

Os estudos mais recentes comprovam que a intervenção precoce tem efeitos de grande alcance no desenvolvimento infantil, tendo o tamanho do efeito a influência de alguns fatores, como por exemplo, o envolvimento da família na implementação das estratégias de intervenção. Quando os pais/cuidadores atuam em conjunto com os profissionais e mediam as intervenções em casa, possibilitam um melhor aprendizado para a criança. Até o momento, as intervenções que têm mostrado maior eficácia são as baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA).

A faixa etária considerada como precoce para a melhor evolução da intervenção são as idades pré-escolares. Mas por que essa faixa etária? Isso tem relação com o funcionamento do nosso cérebro e em como ele pode ser estimulado para aprender novas habilidades. O Dr Espectrum vai nos ajudar a explicar essa questão para vocês:

“Nosso cérebro é formado por bilhões de células nervosas chamadas neurônios. Os neurônios se conectam uns nos outros e são responsáveis por todas as funções mentais, como as emoções, os sentidos, o controle dos movimentos, do sono, entre outras coisas. O cérebro humano possui a capacidade de criar e remodelar as redes neurais de acordo com os estímulos que recebe, capacidade essa chamada de plasticidade cerebral. Mas como isso é possível? Isso acontece por meio de estímulos que geram novas conexões entre os neurônios, criando novos caminhos e oportunidades de aprendizagem. Esse processo final chamamos de neuroplasticidade. O desenvolvimento de conexões entre os neurônios acontece por toda a nossa vida, porém, ocorre de maneira muito mais intensa nos primeiros anos de vida, ou seja, esse é um período privilegiado para estimular a criança (e seu cérebro) e criar novas ligações entre os neurônios, tornando sua capacidade de aprendizagem muito maior. Ficou claro, pessoal?”

Podemos concluir que a parceria entre família e equipe profissional de saúde é a chave para a conclusão de um diagnóstico precoce, bem como, para o início das intervenções. O ideal é que diagnóstico e intervenção sejam realizados concomitantemente, ou seja, a intervenção já se inicia a partir dos primeiros sinais e sintomas enquanto a avaliação continua sendo feita pelos profissionais. A avaliação e cuidado realizados de maneira precoce são fundamentais para garantir que a aprendizagem da criança seja mais efetiva e suas dificuldades a longo prazo minimizadas.

Agora que identificamos a importância do diagnóstico e intervenção precoce no TEA, vamos compartilhar as instruções dessa publicação? Assim mais pessoas terão acesso a essas informações e poderemos juntos conquistar melhores realidades!

Luana Taline Schmitt e Sara Schmitt

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